terça-feira, 1 de março de 2011

Visita de estudo ao Museu do Oriente

Objectivos:
Sensibilizar para outras culturas e formas de arte.
Compreender a importância do papel de Portugal no contacto entre Ocidente e Oriente
Sensibilizar para a interculturalidade/influências e trocas culturais
Data -  4 de Março 2011
Hora da partida do autocarro da Escola - 19h
Início da Visita (no museu) - 20.15
Fim da Visita (no museu) – 22
Das 22.10h às 22.45h vamos dar um passeio pela zona das docas/restaurantes a 30 metros do museu) para conhecer a zona
Partida do autocarro de regresso à Escola (na porta do museu) – 22. 50h
Chegada à porta da Escola (fim da visita de estudo) - 23.15h/23.30h
Localização
Av. Brasília, Doca de Alcântara (Norte), Lisboa
A Entrada do Museu situa-se na fachada virada para a Av.24 de Julho.
Telefone: 213 585 200
Autocarros:
12 - 28 - 714 - 738 – 742
Eléctricos:
15E - 18E
Comboios:
Linha de Cascais (Estação de Alcântara)
Linha da Azambuja (Alcântara Terra)
* Na estação da CP de Alcântara existe uma passagem subterrânea
para peões com saída junto ao Museu.

De carro: - Pela Av. Infante Santo
Ao fundo da Av., subir o viaduto sobre a Av. 24 de Julho e sair em frente ao Museu.
- A partir da Av. 24 de Julho ou da Av. de Ceuta
Subir o viaduto em direcção às Docas, contornar a rotunda e nos primeiros semáforos
virar à direita e seguir as placas com indicação do Museu.
- A partir da Linha do Estoril
Em Pedrouços, virar à direita para o viaduto, segue para a Av. Brasília.

GPS:
X 38º 42' 09N
Y 9º 10' 20W

Estacionamento:
Parque público junto ao Museu.

O Museu do Oriente situa-se no Edifício Pedro Álvares Cabral, uma construção portuária do início dos anos quarenta que funcionava como armazém de bacalhau.



É tutelado pela Fundação Oriente e foi inaugurado em 8 de Maio de 2008 e 
tem por missão valorizar os testemunhos da presença portuguesa na Ásia.
Alberga um valioso e diversificado património cultural de interesse histórico, artístico, documental, etnográfico e antropológico relacionado tanto com as culturas e religiões orientais como com os mais variados aspectos da presença portuguesa na Ásia ao longo de cinco séculos.
O museu não se limita à exposição de objectos, mas também organiza cursos, encontros, conferências e workshops. Possui um restaurante e vários auditórios onde se realizam espectáculos de música e de dança.

Tendo como objectivo contribuir para o conhecimento das culturas asiáticas são inúmeras as actividades desenvolvidas, desde visitas guiadas (como a que iremos realizar) a oficinas variadas para crianças ou para toda a família dedicadas à construção de papagaios, à caligrafia chinesa, à prática de Ioga, à cerimónia do chá ou à comemoração do dia do Pai ou do Ano Novo Chinês (que ocorreu recentemente).
Existe uma mediateca (livros, revistas, registos sonoros e visuais) e um Serviço Educativo que pretende tornar o museu num lugar de experiências: das realidades do lugar e de nós próprios numa perspectiva de promoção da tolerância e de diálogo intercultural.












O que vamos ver?

 1. Visita guiada - Presença Portuguesa na Ásia

Pretende-se neste núcleo focar a enorme herança cultural, que resultou
das relações Oriente – Ocidente e, nomeadamente, da Presença
Portuguesa na Ásia, a partir do século XVI.
Através das peças expostas, será proposta uma “viagem” pelos espaços
que os portugueses percorreram – Índia, China - Macau, Japão e Timor,
sublinhando as diferenças culturais que influenciaram mutuamente os hábitos e costumes e que acabaram por contribuir para uma aproximação cultural.

A colecção de arte alusiva à presença portuguesa na Ásia, é constituída por mais de um milhar de objectos artísticos e documentais.
O visitante é acolhido no espaço central do piso 1, que é dedicado a Macau,
território outrora sob administração portuguesa onde foi fundada a Fundação Oriente, em 1988.
Este amplo espaço é dominado pela exposição de quatro magníficos biombos chineses da colecção: o mais antigo representa uma nau portuguesa nos mares da China e encontra-se ladeado por outros dois, um de carácter essencialmente decorativo, decorado com as armas da família Gonçalves Zarco, e um outro, dito “do Coromandel”, com interessante iconografia cristã, eco da escola de pintura criada no Japão pelos Jesuítas, que mais tarde se estenderia a Macau. O quarto biombo, raríssimo exemplar decorado com as representações das cidades de Cantão e de Macau, encontra-se junto à secção dedicada à iconografia da Cidade do Nome de Deus de Macau, com exemplares que remontam aos séculos XVII e XVIII e se estendem pelo século XIX.



Macau (Espaço Central do Piso 1) Território outrora sob administração
portuguesa, constituiu um ponto de encontro entre culturas. A partir do séc. XVI, com a chegada dos portugueses Macau, uma pequena comunidade piscatória,ganhou protagonismo comercial e cultural.

Ruínas de S. Paulo (antiga Igreja da Madre de Deus – 1565 – ardeu em 1835 – só sobreviveu a fachada)

Porta do Cerco - fronteira Macau/China


 Farol da Guia
(1º farol europeu a ser construído no extremo Oriente - feito pelos portugueses)
Os pastéis de nata, levados pelos portugueses, são “tradicionais” em Macau


E entre gente remota edificaram/Novo reino que tanto sublimaram.
Presença portuguesa na Ásia, em que, “guiados” pelas palavras de Camões n’ Os Lusíadas mas também pelas de Fernão Mendes Pinto na Peregrinação, se procura documentar, a partir de uma criteriosa selecção de objectos (mobiliário, têxteis, ourivesaria, pintura e marfins), complementada por mapas e maquetas, o estabelecimento e a construção do Império Português do Oriente, centrado em Goa, com as suas cidades e praças-fortes, as suas sociedade e cultura miscigenadas, em que se deu o diálogo e o confronto entre culturas e religiões.

Neste particular destacam-se um exemplar setecentista de um tratado escrito por um goês sobre o gentilismo hindu, assim como as aguarelas de um álbum que representa tipos
populares, profissões e autoridades militares da Índia;
• Ásia Extrema, em que se evidencia a descoberta, pelos Portugueses, da cultura do Império do Meio e do lucrativo comércio de produtos de luxo que com ele poderiam realizar, não esquecendo o papel dos missionários que acompanhavam os comerciantes e os soldados e deram início à Igreja Católica na China, inclusive os que sofreram o martírio pela Fé. O frutuoso encontro com o Japão nos séculos XVI e XVII é brilhantemente ilustrado por dois biombos e por lacas namban que estão entre as mais relevantes peças de toda a colecção;
     
• A rota da madrepérola: da Terra Santa à Ásia Oriental, colecção constituída por objectos devocionais e de “lembrança”, de pequena e média dimensão, destinados à exportação ou a um público local de cristãos, em que avultam os crucifixos e as cruzes de pousar, acervo que foi reunido ao longo de décadas pelo escultor Domingos Soares Branco e adquirido pela Fundação Oriente.
Findo este sector, o visitante atravessa, de novo, o espaço central dedicado a
Macau e entra no sector poente, em que se desenvolvem outros dois módulos:

• Timor-Leste, povos e culturas, colecção muito rica que documenta, através de peças relacionadas quer com as vivências quotidianas e as tradições linhagísticas quer com o sagrado, a unidade e a diversidade das culturas em presença, assim como os estreitos laços que esses povos souberam manter com Portugal. O descaroçador e o banco situam-nos no mundo quotidiano dos instrumentos de trabalho, enquanto as pulseiras, os colares, as insígnias de poder ou as facas de circuncisão nos projectam no universo cerimonial e ritual, tal como acontece com as diversas máscaras presentes. Os vários tipos de panos tecidos pelas mulheres timorenses ilustram os patrimónios linhagísticos das comunidades, enquanto as portas e os painéis decorativos das casas ou a estatuária votiva nos projectam no microcosmo da casa timorense com a sua sucessão de andares — do nível térreo, morada dos animais e dos espíritos inferiores, passando pela residência dos vivos, até ao lugar de culto dos antepassados.



• O coleccionismo de arte do Extremo Oriente, constituído pela colecção de terracotas e de outras antiguidades chinesas, japonesas e coreanas que foi adquirida pela Fundação Oriente, a que se acrescentaram os acervos em depósito provenientes do Museu Nacional de Machado de Castro, em Coimbra, em que se destacam os legados do poeta Camilo Pessanha e do político e escritor Manuel Teixeira Gomes. Atendendo ao elevado número de exemplares de cerâmica chinesa dos mais diversos períodos e técnicas, é possível documentar a evolução tipológica das terracotas funerárias, com exemplares que remontam ao Neolítico e se estendem até à dinastia Ming, assim como da cerâmica e da porcelana de uso quotidiano, nela incluindo
alguma de exportação.

Da notável colecção de frascos de rapé de fabrico chinês de Manuel Teixeira
Gomes, a segunda maior da Europa, apresenta-se uma significativa
selecção das diferentes tipologias que a constituem. O mesmo se passa
com as peças japonesas da mesma proveniência: os inrô (pequenos contentores portáteis pessoais), as netzuke (fechos dos inrô em forma de máscara, com personagens, na sua maioria, do Teatro Nô) e as tsuba
(guarda-mãos de espada), peças de cronologia alargada, a que se acrescentam, ainda no âmbito do Japão, as três monumentais armaduras e outros objectos de cerâmica, bronze, pintura e mobiliário.

Concluindo este módulo, expõem-se também peças coreanas: uma caixa
em madeira lacada com incrustações de madrepérola e uma curiosa série
de aguarelas de finais de oitocentos da autoria do pintor coreano
Kim Jun-geun, conhecido pelo nome artístico de Kisan, sobre trajos,
costumes e festas da Coreia, realizadas para o mercado europeu e americano.


Japão (Ala Nascente do piso 1)
A exposição Presença Portuguesa na Ásia, poderá ser complementada,
pela exposição temporária ENCOMENDAS NAMBAN através das peças Namban (peças japonesas de influência europeia em geral e portuguesa em particular desde a 2ª metade do século XVI até cerca de 1640)
As balizas cronológicas apontadas correspondem à da permanência dos
Portugueses em território japonês: de 1543, data do desembarque em Tanegashima,até 1639, ano do derradeiro édito de expulsão.


Esta exposição é constituída por quatro núcleos diferenciados compostos
por um total de aproximadamente 60 peças provenientes de colecções públicas e privadas.

O 1º núcleo, intitulado A Arte da Guerra, é constituído exclusivamente
por objectos relacionados com a arte da guerra, remetendo para o
enquadramento político do Japão durante toda a segunda metade
do século XVI e primeiros anos do século XVII, coincidente portanto
com a chegada dos namban-jin. São peças que testemunham o
contacto estabelecido entre a elite militar japonesa e os Portugueses,
tanto mercadores como missionários, introduzindo desta forma a
presença europeia no país nas suas duas principais vertentes:
comércio e religião.

Com o 2º núcleo, Arte Kirishitan, procura-se chamar a atenção para
a vertente cristã (kirishitan) da arte namban, através de um corpus
de peças cuja encomenda está indissociavelmente ligada à presença
das ordens religiosas no Japão, tendo cabido à Companhia
de Jesus um papel preponderante.

O 3º núcleo, De Lisboa ao Japão, é central no discurso expositivo e
visa estabelecer um contraponto entre as tipologias introduzidas pelos
namban-jin no Japão, de origem europeia, e a decoração em laca japonesa,
de acordo com o novo gosto introduzido pelos Portugueses.
Olhares sobre os Namban-jin é o título do 4º núcleo da exposição e aponta,
desde logo, para o facto de serem raras, no âmbito da arte
portuguesa, as representações dos Portugueses e da população
luso-asiática em contexto ultramarino.




 

  2. Visita guiada - Deuses da Ásia

A exposição do 2º piso leva-nos a países tão distantes como a Índia, a Indonésia, o Vietname, a China, a Coreia e o Japão apresentando-nos
o modo como nestes países as pessoas se relacionam com as suas crenças.

O Hinduísmo, o Budismo, o Taoísmo, o Xintoísmo, a Religião Popular
de cada um desses países são alguns dos conteúdos abordados ao longo
deste percurso.

Os objectos deste piso provêem da colecção Kwok On, originária de uma doação feita, em 1971, a Jacques Pimpaneau pelo Sr. Kwok On. O ano de 1999 foi o ano que o Sr. Jacques Pimpaneau doou a colecção à Fundação Oriente,mais de 10 000 peças.
Trata-se de um conjunto de artefactos, respeitando apenas à etnologia cultural, representativos das artes performativas, de mitos e de relatos da cultura comuns às grandes civilizações asiáticas. A colecção engloba ainda pinturas e gravuras que ilustram mitos e histórias, bem como os rituais de encenação: representações antropomórficas ou simbólicas de divindades, estátuas, imagens, altares e acessórios de celebrantes.

A colecção não se limita, contudo, àquilo a que vulgarmente se designa por
arte popular, sobretudo porque o contraste entre arte nobre ou letrada e
arte popular está longe de ser tão definido como muitas vezes se julga.
Ela pretende apresentar a cultura partilhada por todos os membros de uma
sociedade, já que uma determinada cultura se define, também, pelas histórias que ela própria conta.
                     
              

      

 





Donde vêm as semelhanças entre todas as grandes religiões? Da natureza própria do espírito humano? De uma história comum da humanidade que remonta à origem dos tempos? As influências factuais parecem ser, no entanto, limitadas, mesmo que se lembre que a auréola dos nossos santos provém da aura de luz que se põe à volta dos Budas na Ásia e que a ideia do Inferno, com os seus caldeirões fumegantes e os seus fogos devoradores são originários também do Oriente (com a diferença que no Oriente o Inferno não é eterno).

A exposição procura tornar conhecidos certos aspectos da arte religiosa na Ásia, sobretudo ao nível popular, e introduzir a mitologia ainda viva que está subjacente aos objectos apresentados. Daí estarem representadas as grandes religiões do continente, o hinduísmo, o budismo, o taoísmo, o shintô. Uma vez que a palavra ocidental “deus”, corresponde mais a conceitos asiáticos abstractos como Brama, na Índia, e Tao, na China, os seres sobrenaturais representados são muito mais manifestações do divino no mundo humano.

Para saber mais sobre religiões orientais ler o documento Religiões da Ásia

Para saber mais sobre o Império Português no Oriente ler o documento com o mesmo nome


A importância do diálogo intercultural é um conceito presente na “viagem”, que vamos realizar ao Museu do Oriente.
Encham os vossos olhos, o vosso espírito e o vosso coração para depois conversarmos sobre o que viram, compreenderam e sentiram.

Informação retirada de http://museudooriente.pt/







quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011